O B20 (óleo diesel com 20% de biodiesel) é a alternativa usada como fonte de energia dos geradores da Rio+20 |
O uso de combustíveis renováveis vem ganhando cada vez mais destaque em nossos dias, afinal de contas, como o petróleo não é renovável, esse combustível fóssil um dia irá se esgotar. Além disso, ele e seus derivados possuem ainda dois grandes problemas, um é o fato de que lançam grandes quantidades de gases poluentes na atmosfera, responsáveis pelo efeito estufa, pelo aquecimento global e pela ocorrência de chuvas ácidas; e o outro motivo são as grandes variações de preço, pois suas jazidas se situam em regiões conturbadas em sentido político.
Várias propostas têm surgido para substituição dos combustíveis fósseis, entre elas se destacam os biocombustíveis, que surgem para substituir o óleo diesel, com especial destaque para o biodiesel.
Até mesmo na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, foi planejado o uso de fontes renováveis em sua matriz energética, evitando assim ir contra a própria temática do evento.
Por exemplo, será utilizado B20 nos geradores do evento, que é um óleo diesel com 20% de biodiesel. Segundo dados fornecidos pelo Comitê Nacional de Organização (CNO) da Rio+20, essa estratégia reduzirá o consumo de 280 mil litros de diesel de origem fóssil, o que é suficiente para abastecer um ônibus por mais de 800 mil quilômetros de percurso ou uma viagem de ida e volta à Lua.
Essa é uma iniciativa importante, visto que no Brasil são atualmente consumidos cerca de 40 bilhões de litros de óleo diesel e se importam 2 bilhões de litros por ano.
Os biocombustíveis podem ser definidos como todo produto útil para geração de energia, obtido a partir de biomassa. O biodiesel é um tipo de biocombustível, cuja matéria-prima são óleos vegetais (tais como soja, amendoim, mamona, algodão, babaçu, palma, girassol, dendê, canola, gergelim e milho) e gorduras animais (como sebo bovino), além de óleo de frituras. Sua composição é de ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos, obtidos a partir da reação de transesterificação de triglicerídeos.
No Brasil, foi aprovada a lei n° 11.097, de 13 de ja¬neiro de 2005, tornando obrigatória a adição de 2% desse biocombustível ao óleo diesel de origem fóssil a partir de janeiro de 2008, mistura conhecida como B2. Em 2008, a mistura compulsória passou para 3% (B3) e em 2009 para 4% (B4); e esse valor só vem crescendo. O biodiesel puro é chamado de B100.
Existem inúmeras vantagens no uso do biodiesel, veja algumas delas:
Mas, ainda persistem alguns pontos negativos em seu uso. Um deles é que o biodiesel não é um combustível totalmente limpo, como alguns talvez venham a pensar; esse conceito se restringe somente ao elemento carbono, conforme já foi dito.
Quando se trata, porém, dos ciclos dos outros elementos, como o nitrogênio, não é isso o que ocorre. O nitrogênio e outros elementos são macroconstituintes dos vegetais plantados para a produção de biocombustíveis, e devem ser incorporados anualmente ao solo na forma de adubos. Como resultado do processo de adubação, já não existe mais a condição de balanço igual a zero para esses elementos.
Outro inconveniente é que o uso do biodiesel se dá por meio do processo de combustão, e nenhum processo de combustão é ambientalmente limpo. As consequências não são globais, mas causam impactos regionais.
Também, um desafio visto pelo governo é a organização dos agricultores familiares como fornecedores do biodiesel, pois os preços pagos pela indústria ricínoquímica (indústria química que utiliza o óleo de mamona para a fabricação de qualquer produto, tais como cosméticos, graxas e lubrificantes) são mais atrativos para esses agricultores.
Esses e outros pontos que precisam ser melhorados, além de alternativas e estratégias de combustíveis que possam atender plenamente às necessidades ambientais, econômicas e sociais, devem ser discutidos por um grande número de pessoas, já que os possíveis benefícios e os prejuízos podem afetar grande parte da população.
Um dos objetivos da Rio+20 é exatamente esse, debater os diferentes aspectos da questão num momento tão delicado para o Brasil, que está construindo seu futuro, e para o mundo, que enfrenta a previsão de uma mudança climática de enormes proporções.
O petróleo não é renovável |
Até mesmo na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, foi planejado o uso de fontes renováveis em sua matriz energética, evitando assim ir contra a própria temática do evento.
Por exemplo, será utilizado B20 nos geradores do evento, que é um óleo diesel com 20% de biodiesel. Segundo dados fornecidos pelo Comitê Nacional de Organização (CNO) da Rio+20, essa estratégia reduzirá o consumo de 280 mil litros de diesel de origem fóssil, o que é suficiente para abastecer um ônibus por mais de 800 mil quilômetros de percurso ou uma viagem de ida e volta à Lua.
Essa é uma iniciativa importante, visto que no Brasil são atualmente consumidos cerca de 40 bilhões de litros de óleo diesel e se importam 2 bilhões de litros por ano.
Os biocombustíveis podem ser definidos como todo produto útil para geração de energia, obtido a partir de biomassa. O biodiesel é um tipo de biocombustível, cuja matéria-prima são óleos vegetais (tais como soja, amendoim, mamona, algodão, babaçu, palma, girassol, dendê, canola, gergelim e milho) e gorduras animais (como sebo bovino), além de óleo de frituras. Sua composição é de ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos, obtidos a partir da reação de transesterificação de triglicerídeos.
Mamona, girassol, milho e soja são exemplos de óleos vegetais usados para produzir biodiesel |
Existem inúmeras vantagens no uso do biodiesel, veja algumas delas:
- É obtido a partir de fontes renováveis;
- Não contém compostos sulfurados (com enxofre) e, portanto, não contribui para formação de chuvas ácidas;
- É biodegradável;
- Geração de emprego e renda em regiões pouco favorecidas do país, como o semiárido nordestino, uma vez que essa cultura envolve uma grande parte de agricultores familiares;
- Ele é chamado de “combustível limpo” no sentido de que ele não libera monóxido de carbono (CO), nem dióxido de carbono (CO2), e assim, não desregula o ciclo do carbono e não contribui para o efeito estufa e para o aquecimento global;
- A vantagem acima também é traduzida em menos custos com a saúde pública, visto o grande consumo de óleo diesel nos transportes rodoviários e automotivos nas grandes cidades;
- Diminui o gasto do Brasil com importações de óleo diesel de petróleo e também deixa de exportar grãos in natura, esmagando e produzindo óleo e farelo dentro do país;
- Diversifica a matriz energética brasileira;
- Reforça o protagonismo do Brasil nos acordos e compromissos internacionais de respeito ao meio ambiente e mudanças climáticas.
Mas, ainda persistem alguns pontos negativos em seu uso. Um deles é que o biodiesel não é um combustível totalmente limpo, como alguns talvez venham a pensar; esse conceito se restringe somente ao elemento carbono, conforme já foi dito.
Quando se trata, porém, dos ciclos dos outros elementos, como o nitrogênio, não é isso o que ocorre. O nitrogênio e outros elementos são macroconstituintes dos vegetais plantados para a produção de biocombustíveis, e devem ser incorporados anualmente ao solo na forma de adubos. Como resultado do processo de adubação, já não existe mais a condição de balanço igual a zero para esses elementos.
Outro inconveniente é que o uso do biodiesel se dá por meio do processo de combustão, e nenhum processo de combustão é ambientalmente limpo. As consequências não são globais, mas causam impactos regionais.
Também, um desafio visto pelo governo é a organização dos agricultores familiares como fornecedores do biodiesel, pois os preços pagos pela indústria ricínoquímica (indústria química que utiliza o óleo de mamona para a fabricação de qualquer produto, tais como cosméticos, graxas e lubrificantes) são mais atrativos para esses agricultores.
Esses e outros pontos que precisam ser melhorados, além de alternativas e estratégias de combustíveis que possam atender plenamente às necessidades ambientais, econômicas e sociais, devem ser discutidos por um grande número de pessoas, já que os possíveis benefícios e os prejuízos podem afetar grande parte da população.
Um dos objetivos da Rio+20 é exatamente esse, debater os diferentes aspectos da questão num momento tão delicado para o Brasil, que está construindo seu futuro, e para o mundo, que enfrenta a previsão de uma mudança climática de enormes proporções.
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